A tecnologia dos "Tempos Modernos" e suas mídias


Realmente estamos vivendo um novo tempo. Tempo que apenas era vislumbrado nos filmes do tipo “Jornada nas Estrelas”. Nossa vida hoje está permeada de “meios” que visam facilitá-la, dinamizá-la e que a princípio devem proporcionar prazer, fazendo com que a vida seja mais agradável e interessante. Tenho um amigo que um dia chamou a mulher para almoçar, pegou um táxi para o aeroporto, pegou a ponte aérea, foi a São Paulo, num restaurante muito chique e à tarde já estava em casa, tomando café com os filhos. Isso é que é futuro! Fui bancário num tempo em que o saldo era retirado de uma listagem monstruosa não atualizada, que refletia o saldo do dia anterior e a cada depósito, tínhamos que anotar à caneta seus respectivos valores. Hoje, pago minhas contas pela internet sem sair de casa, contudo ainda vejo filas nos guichês bancários...
Somos essencialmente artísticos. Criamos e recriamos a todo o momento. Temos o dom de interferir na natureza, expressá-la, moldá-la, e até mesmo destruí-la, como assim temos feito infelizmente. Li que o conhecimento humano tem dobrado a cada cinco anos. Isso me assusta, pois me parece que não há mais limites para o que se possa fazer e o conhecimento que surge, surge já sendo obsoleto. Criamos ferramentas tecnológicas que muitas vezes estão muito além (de como cidadãos comuns) de nossa capacidade de utilizá-la. Nosso biológico, como disse, é biológico, é carne e tem seu tempo de acontecer, de fazer, de compreender e por isso precisa ser respeitado. Quando penso num simples despertador nos acordando pela manhã, é claro que isso é bom, é tecnologia, é facilidade, é pouparmos de atrasos e constrangimentos. Mas nosso corpo não é metálico. Tem dias que precisamos ter mais tempo, dormir um pouco mais, ainda que o despertador insista. Precisamos de tempo e o que a tecnologia com suas facilidades não criaram em nós, foi o discernimento de entender que ela, a tecnologia está ao nosso serviço, e não nós dela. Criamos ferramentas que são verdadeiros atalhos para se atingir determinado objetivo, mas o tempo que nos sobra proporcionados pelas novas ferramentas, não são investidos no nosso biológico, e muitas vezes nem mesmo nos relacionamentos interpessoais. Nesse vácuo de tempo, embrenhamos em novas atividades, novas tarefas, novos empreendimentos que penso se realmente seriam necessários ou estão em seu devido tempo de acontecer...
Fico a pensar em como era o mundo sem os carros, sem TV, sem o computador. Aqui fica uma questão, será que essas facilidades estimulam nossa capacidade artística ou nos “freiam”, nos “tolhem”? Talvez, se o mundo nosso de cada dia fosse menor, mais reduzido, não seria mais explorador por assim ser? Será que não veríamos mais as pessoas de carne e osso se não tivéssemos as de elétrons que nos aparecem nas telas de televisão? São questões que permeiam minha limitada capacidade de pensar e refletir... Pensávamos que a ciências iria resolver as questões humanas, mas isso não foi verdadeiro. Deixo claro que não sou contra a essas novas tecnologias, contra ao moderno, estou, estamos inseridos num mundo tecnológico, mas creio que a questão vai além, vai ao nível de sabermos quem somos nesse planeta, para assim não tornarmos o que não queremos ser, ainda que sendo sutilmente, na correria de nosso dia-a-dia...
È apenas um opinião.

Continuando...

Muito bom a parte conceitual dos termos que utilizaremos.
Mídias=meios.

O homem desde sempre procurou passar idéias, emoções, fatos e desejos aos seus semelhantes, ainda que o suporte, a mídia seja a parede mal iluminada de uma caverna ríspida e úmida. Quando digo semelhantes, me refiro aos da mesma espécie visto que um animal irracional não contempla o artístico e a beleza da arte em suas perspectivas. E o suporte, ou seja, a mídia, ou melhor, as mídias, evoluíram. Da parede para o barro, desde para a madeira, metal, papiro, papel, prensas, ondas eletromecânicas, até chegar aos ” logaritmos informáticos”, e a armazenagem no ciberespaço. Já dizia o velho guerreiro: ”Quem não se comunica, se trumbica”. Profecia!
Temos hoje ao nosso dispor, agora numa questão mais restrita à educação, o que chamamos de TICs (Tecnologias de informação e comunicação). Por muito tempo e sou desse tempo, o professor, (já ouvimos isso), era o receptáculo do saber. E não somente receptáculo junto com o livro, mas ele mesma era a mídia. Mas assim como as estações mudam, os tempos se tornaram outros tempos, muitos mais modernos do que “Tempos Modernos” de Charles Chaplin. Temos a informação disponibilizada, oferecida, ofertada por assim dizer. Temos a TV que dita moda e comportamento, o rádio que nos informa, no top, a internet, onde assim como na fábula do gênio da lâmpada, esfregamos não com uma flanela, mas com nossos dedos as teclas, o gênio chamado ‘google’ nos atende mais rápido do que aquela fumacinha que saída das lâmpadas quando o gênio (adorava a Jeannie é um gênio!) aparecia. Mas cabe aqui mais uma vez espaço para minha índole filosófica futebolística de mesa de bar: Temos a lâmpada (o computador), temos o gênio (google por exemplo) mas nos falta saber pedir... Estamos confusos com os ‘três desejos’ .Também ainda de nesse espírito, não sei se realmente as TICs democratizaram a informação, creio, fazendo uma analogia de menino, seria como uma prateleira de mercado com doces, mas muito alta para as crianças pequenas.Estica-se a mão, mas nada se pega, ainda que na ilusão de se estar se deliciando. Penso que aqui cabe o professor de hoje, ser aquela escadinha que possibilite as crianças e os jovens atingirem o produto (a informação) nas prateleiras das TICs. Orientando a fim de que essa informação agora visível e acessível se transforme em conhecimento, e esse gere competências tal que possibilite a mudança do ‘status quo’ de cada um, desenvolvendo cidadão cada vez mais plugado num mundo que não é mais o que tínhamos quando crianças éramos. Mundo esse onde a desigualdade social é o pior dos demônios e em que a liberdade é uma liberdade na qual podemos comprar o que quisermos, mas não temos com o que isso fazer, posto que condições não termos, visto cada vez mais excluídos somos, não dos produtos, mas
da condição de obtê-los.

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