Nascer e morrer!



Ninguém nasce bom ou ruim. Simplesmente nasce.
E após esse milagre de se surgir, começa o tempo de cresce e caminhar. E nessa caminhada para voltar ao pó da terra, a gente vai assimilando o que comemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e vemos. Tudo isso vai nos transformando... O clima, o tempo, as pessoas,as pressões, os animais e as plantas que tocamos e que nos tocam e vemos vão nos transformando em algo muito diferente do que nascemos.Até a pele muda! A gente segue numa direção que mais parece uma reta no escuro. E caminhando a gente vai mudando. Não, realmente não dá para sermos o que fomos e dificilmente partiremos para a eternidade como estamos.Sempre algo acontece que fora está de nosso controle. Morremos diferentemente do que somos e surgirmos. Até nos nossos erros e nas tentativas de acertos, não da para voltar ao ponto de partida, pois a partida sempre será outra diferentemente daquela que desejamos, pois queremos nos consertar. A verdade é que hoje, com os acertos e os erros, somos pessoas diferentes. E isso frustra a gente e as expectativas daqueles que esperam que voltemos a ser o que não podemos mais, visto que mudamos irreversivelmente quanto ao estado anterior. Mas isso não é o fim e nem pejorativo. Podemos ser inéditos. Isso é novidade de vida. Sermos inéditos. Superarmos as expectativas ultrapassadas e utópicas do que fomos. Não dá para ser o mesmo filho, o mesmo pai, a mesma mãe, marido ou esposa. Não dá para ser o amigo que fomos, discípulo, seminarista, mestre ou pastor. Parece poético mas não é. È a realidade com suas construções e em muitas dessas, licença ou permissão para coexistir não existe, não há. Também precisamos entender que o próximo mudou. Ele não é mais aquele indivíduo que deixamos quando partimos ou quando nos isolamos ou fugimos. Doloroso e uma perda de tempo ter tal expectativa. Se tivermos tal elucidação e perspectiva, as lágrimas derramadas regam nossa existência e nossas dores sofridas adubam fertilizando o solo de nossa alma, assim crescemos rumo donde partimos, e como um milagre, dizemos adeus ao que nos cercam e nos querem bem, isso sem desespero ou mágoa não resolvida.

Comentários

Marcelo Pinto disse…
mto bom, pai

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