O que mais arde em nossos corações
Texto: Gênesis 22:1-18
Introdução:
O que mais arde em nosso coração é o que amamos, é o nosso ‘único filho Isaque’. È o que abaixo de Deus, ocupa o centro de nossas vidas, o que nos dá prazer, satisfação, em que gastamos nossas forças e tempo.Porém as vezes ‘Isaque’ não é belo, nem é bom, mas como ‘Isaque’, continua ocupando o centro de nossas emoções, sugando nossas forças, e minando nossas resistências. Se alimentando das labutas da vida, esse ‘Isaque’ anômalo, cresce e ofusca Deus de nossas vidas, impedindo que vejamos a Sua face e o Seu cuidado por nós. Às vezes, doentiamente, marginalizamos ‘Isaque’, lançando sobre ele, aquilo que deveríamos lança na cruz de Cristo, machucando, ferindo e magoando aqueles que amamos e nos cercam. Ora somos necessariamente “Isaques,” ora “Abraãos” nos relacionando com a vida e com o próprio Deus.
Considerações:
1ª- Na subida de Moriá, Isaque é que leva a lenha:
No processo, na caminhada, Isaque sente o peso do sacrifício de si mesmo. No caminho para a adoração, Isaque percebe que galhos, espinhos e farpas, são que alimentam o fogo do altar de sacrifício, Isaque sofre, sem saber que o próprio sacrifício, é ele mesmo.
2ª- A tentação de se deixar cair o cutelo e soprar a chama do holocausto.
Na subida de Moriá, Abraão leva o cutelo e o fogo. A obediência ao Senhor depende diretamente dos meios que temos e carregamos para obedecê-lO. Estar no caminho para a obediência, mas deixar cair o cutelo e apagar a chama, é em si mesmo, perder a condição de obedecer e adorar. É amar o mundo e as coisas que nele há.
3ª- A fé de que sempre voltaremos.
Subir ao monte com Isaque é ter a certeza de que “voltaremos para junto de vós...” . É crer não somente no que a razão nos apresenta diante das circunstâncias, mas crer nas várias possibilidades de Deus, desde da visão de anjos trazendo a mensagem do senhor, até mesmo na ressurreição de Isaque.
È crer que voltaremos do deserto, voltaremos dos momentos de sofrimento, voltaremos dos velórios, das situações de perigo e tristezas que vivemos. É crer que por momentos, nos afastamos de Deus, mas voltaremos para Ele, sempre voltaremos, haja o que houver.
4ª- A clarividência de nossa esterilidade. ( a certeza de que somos estéreis)
A obediência de Abraão está relacionada e baseada no fato da clara convicção de sua esterilidade. Isaque é fruto de milagre, por isso, pertence ao Senhor. Subir Moriá com Isaque é reconhecer que tudo o que temos e somos, vem do Senhor e que é nosso dever, devolvê-lo, ainda que já muito apegado à criança.
5ª- Sacrifícios pertinentes são oferecidos no secreto do monte.
Apesar dos servos caminharem com Isaque, ele é oferecido no secreto do monte.
Isaque é passível de admiração, pois é fruto de milagre de Deus, mas ele é devolvido ao Senhor, no secreto de nossa comunhão, no local sagrado, pois é indicado pelo próprio Deus, no gênesis de nossas emoções. Seja no pináculo do templo, ou na caverna de Adulão, nas alegrias ou nas tristezas, Deus é quem escolhe o tempo de nos fazer Seus pedidos. Precisamos estar atentos aos pedidos do Senhor.
6ª- O sacrifício de Isaque é um ato contínuo, por isso devemos receber as bênçãos do Senhor sempre com as mãos abertas.
Dialogar e discutir com Isaque na hora do sacrifício, é muito perigoso; pois podemos ser tentados, ao ouvir o som adocicado e embargado da sua voz, a seguir um outro caminho de obediência, que aos olhos humanos nos pareça muito justo e justificável. Mas a obediência não é um caminho para andar com Deus, e sim o próprio caminho, não há outro meio de mantermos nossa comunhão com Ele. Os outros caminhos parecem direitos, mas são caminhos de morte.
Conclusão:
Entender a provação de Abraão é compreender que na caminhada como Corpo e com o Corpo de Cristo, ora nós somos Abraão que responde à chamada de Deus como filho: “ Eis-me aqui meu Pai”, ora respondendo como pai:”Eis-me aqui, meu filho, não se preocupe, subiremos e desceremos Moriá. Viveremos a vida que o Senhor nos deu, pois estamos com o cutelo, com a chama e com a madeira, estamos com a cruz, ela é nossa, mas o Senhor já providenciou o Cordeiro Santo de Israel.”
Comentários