De volta à pena.

De volta à pena.

As lembranças tristes são aquelas que demoram muito a irem embora. Persistem e insistem. 
As boas são tão efêmeras que desaparecem com nuvens ao vento. Como recomeçar? Como desfazer o que se foi construído com dor e mágoa? A pior sensação é a do choro sem lágrima. Da empatia com a desgraçada falta de água na vida. Temos difíceis. As certezas se desfarelaram e a improbidade existencial se empoderou. Onde paramos? Nos tornamos um grande navio negreiro, donde tudo pode acontecer, desde da proa às recamaras do barco. pular na água é uma possibilidade, mas há muito que se nadar e estamos tão fracos. Cometemos genocídios relacionais nesses últimos meses. Nos perdemos em nossas certezas e caímos todos juntos num labirinto do fauno, que está posto a nos encontrar a qualquer momento. As almas estão doentes. E os doentes entorpecidos estão sem alma. Perde a alma é perde a humanidade.

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