O Outro Coração...
A luz do sol não brilha mais....
O céu está nublado. Não há mais azul. Não há mais alaranjado. Não há calor, somente umidade abafada. Como pode? Sim, vi um dia o sol. Vi o azul do céu apenas salpicado de pássaros que voavam bem alto! Eu fui um deles... Mas hoje... Estou abatido... Ferido. Caí no chão, não como uma pedra em simples queda livre, mas como se arremessada de um alto monte, por uma mão cujos os dedo eram finos e longos, ainda que com membranas entre eles! Grande impacto!Impacto profundo! Impacto na alma! Imensa destruição! Só há farelos, migalhas e pedaços irreconhecíveis de quem realmente fui, ou se fui alguma coisa realmente algum dia. Desolação. Me vejo ao longe. Me vejo ao perto... São tantos de mim mesmo, que nem me reconheço. Quem é você, pergunto eu? Não me respondo. Perdi o diálogo. Reina somente um indecoroso eco de silêncio. Não há mais alegria. O sorriso é mentira. Não há mais controle. Não vejo mais as asas. Se existem, perdi o desejo de voar novamente... Deixei de ser ave do céu, me tornei um ser rastejante. Estou longe do que um dia sonhei ser ... Procuro uma toca, um buraco sem luz. Onde minha vergonha não é exposta, onde não posso me ver. Os instintos são sinistros. Os sentidos são outros. Tudo está tão sufocado! Onde está o ar? Grito, grito, mas como nos pesadelos, se ar não há, som também não! Eis a maior das angústias: gritos sem som! Respiro meu próprio suor. Ele é amargo. Estou com sono... Quero deitar... Não quero caminhar... Não quero sair de casa... Me transformo, me transtorno! Há garras em minhas asas. Há presas em meus dedos! Há pensamentos impuros e hipocrisia abundante! Me escuso. Não, não são bons pensamentos! Eles são conflitantes e confusos.
Estou intoxicado pelo fel de algo que comi, mas não devia. Que me parecia bons aos olhos, mas era peçonhento às minhas entranhas! Fui enganado e me enganei. Procuro folhas para me esconder, mas encontro somente galhos secos e retorcidos amaldiçoados ao fogo. Sou assim? Me tornei? È o destino? Não sei dizer... Habito a terra do fogo. Mas de um fogo que não produz luz. É fogo que escurece, cuja as chamas não são coloridas. Nesse mundo, vejo apenas olhos “serpentianos” avermelhados em meio à escuridão. Parecem me reconhecer. Não, não são meus amigos, mas são familiares... Acho que vi um espelho. Não sei. Alimento-me de minha própria dor que não me dá vida, mas não me deixa morrer. Minha carne é dilacerada por espinhos de plantas que não são verdes. Eles não só me rasgam, mas também em mim ficam. Meu sangue já não é vermelho. Ele é ciano, ciano, mas não nobre, ciano de morto, e minhas veias sobressaltam os braços.
Todavia, ecoa em mim, batidas de um coração que ainda insiste ao longe, enviar-me um pouco de suprimento. Não, não é o coração que no útero se formou. É um outro. Outro que não foi gerado segundo o útero. Mas um que foi gerado fora de meu nefasto abrigo. Fora da terra desolada. Fora da umidade abafante e das nuvens pesadas sobre mim. Esse coração que ainda insiste, está em mim, de mim não vem. Não foi alimentado.Mas insistiu em viver. Foi rejeitado por mim ainda que em mim vivendo. Sangrou para que em mim pudesse bater. Teve sede. Teve medo assim como medo eu tenho. Mas não voltou atrás. Esse coração, cujas as coronárias artérias não são, e sim espinhos dolorosos, a coroar a insistência de bater em quem muitas vezes se quer abater. Esse coração é quem guia a mão que escrever contra sua triste razão e insiste em regar com seu sangue, carne,mente, e alma de quem muito se esqueceu quem era. Esse coração é Jesus.
O céu está nublado. Não há mais azul. Não há mais alaranjado. Não há calor, somente umidade abafada. Como pode? Sim, vi um dia o sol. Vi o azul do céu apenas salpicado de pássaros que voavam bem alto! Eu fui um deles... Mas hoje... Estou abatido... Ferido. Caí no chão, não como uma pedra em simples queda livre, mas como se arremessada de um alto monte, por uma mão cujos os dedo eram finos e longos, ainda que com membranas entre eles! Grande impacto!Impacto profundo! Impacto na alma! Imensa destruição! Só há farelos, migalhas e pedaços irreconhecíveis de quem realmente fui, ou se fui alguma coisa realmente algum dia. Desolação. Me vejo ao longe. Me vejo ao perto... São tantos de mim mesmo, que nem me reconheço. Quem é você, pergunto eu? Não me respondo. Perdi o diálogo. Reina somente um indecoroso eco de silêncio. Não há mais alegria. O sorriso é mentira. Não há mais controle. Não vejo mais as asas. Se existem, perdi o desejo de voar novamente... Deixei de ser ave do céu, me tornei um ser rastejante. Estou longe do que um dia sonhei ser ... Procuro uma toca, um buraco sem luz. Onde minha vergonha não é exposta, onde não posso me ver. Os instintos são sinistros. Os sentidos são outros. Tudo está tão sufocado! Onde está o ar? Grito, grito, mas como nos pesadelos, se ar não há, som também não! Eis a maior das angústias: gritos sem som! Respiro meu próprio suor. Ele é amargo. Estou com sono... Quero deitar... Não quero caminhar... Não quero sair de casa... Me transformo, me transtorno! Há garras em minhas asas. Há presas em meus dedos! Há pensamentos impuros e hipocrisia abundante! Me escuso. Não, não são bons pensamentos! Eles são conflitantes e confusos.
Estou intoxicado pelo fel de algo que comi, mas não devia. Que me parecia bons aos olhos, mas era peçonhento às minhas entranhas! Fui enganado e me enganei. Procuro folhas para me esconder, mas encontro somente galhos secos e retorcidos amaldiçoados ao fogo. Sou assim? Me tornei? È o destino? Não sei dizer... Habito a terra do fogo. Mas de um fogo que não produz luz. É fogo que escurece, cuja as chamas não são coloridas. Nesse mundo, vejo apenas olhos “serpentianos” avermelhados em meio à escuridão. Parecem me reconhecer. Não, não são meus amigos, mas são familiares... Acho que vi um espelho. Não sei. Alimento-me de minha própria dor que não me dá vida, mas não me deixa morrer. Minha carne é dilacerada por espinhos de plantas que não são verdes. Eles não só me rasgam, mas também em mim ficam. Meu sangue já não é vermelho. Ele é ciano, ciano, mas não nobre, ciano de morto, e minhas veias sobressaltam os braços.
Todavia, ecoa em mim, batidas de um coração que ainda insiste ao longe, enviar-me um pouco de suprimento. Não, não é o coração que no útero se formou. É um outro. Outro que não foi gerado segundo o útero. Mas um que foi gerado fora de meu nefasto abrigo. Fora da terra desolada. Fora da umidade abafante e das nuvens pesadas sobre mim. Esse coração que ainda insiste, está em mim, de mim não vem. Não foi alimentado.Mas insistiu em viver. Foi rejeitado por mim ainda que em mim vivendo. Sangrou para que em mim pudesse bater. Teve sede. Teve medo assim como medo eu tenho. Mas não voltou atrás. Esse coração, cujas as coronárias artérias não são, e sim espinhos dolorosos, a coroar a insistência de bater em quem muitas vezes se quer abater. Esse coração é quem guia a mão que escrever contra sua triste razão e insiste em regar com seu sangue, carne,mente, e alma de quem muito se esqueceu quem era. Esse coração é Jesus.
Comentários
Qnt tormento...
Derrepente ficasse melhor com seu coração humano.
To cada vez mais convicta de que vc tem uma luz que te ilumina na hora de escrever!!
Ficou perfeita!!
Amei!!
"vi um dia o sol"
"(...)pássaros(...)Eu fui um deles... Mas hoje... Caí(...)"
O seu coração não era o problema. Vc vivia bem! E isso é bem claro nas partes mais bucólicas. Vc ñ tinha o "coração de jesus".
Qnd isso nasceu, vc sofreu. E sofre!
"era peçonhento às minhas entranhas!"
(ñ vou citar todas as partes em que enxergo isso)
Vc ñ quer isso, e isso t consome.
Deserte homem! rsrsrs